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20 de out. de 2016

HÁ MORTE NA PANELA! 2 Reis 4:38

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Depois Eliseu voltou para Gilgal. Nesse tempo a fome assolava a região. Quando os discípulos dos profetas estavam reunidos com ele, ordenou ao seu servo: “Ponha o caldeirão no fogo e faça um ensopado para estes homens”. 
2 Reis 4:38. NVI.

Este é um episódio interessante. Gilgal significa "uma roda"; talvez, aqui, um local de habitação de profetas ao norte de Israel. Foi um dos primeiros seminários de profetas, em que os alunos se assentavam em círculo, ao redor do profeta mestre.

Nessa época havia fome naquela região. Gente com fome não é exigente quanto ao cardápio; come qualquer coisa. O profeta Eliseu viu que a turma estava tão faminta, que não teve dúvida: suspendeu a aula e mandou fazer um ensopado.

Fome zero pode gerar desastres homéricos no pedaço: Um deles foi ao campo apanhar legumes e encontrou uma trepadeira. Apanhou alguns de seus frutos e encheu deles o seu manto. Quando voltou ao grupo, cortou-os em pedaços e os colocou no caldeirão do ensopado, embora ninguém soubesse o que era.2 Reis 4:39.

O ajudante de cozinheiro não tinha a menor noção do que era esse ingrediente, nem mesmo o chefe da cozinha, pois ninguém sabia do que se tratava. Pensavam apenas em como poderiam fazer para matar a fome dos famintos. A trepadeira parecia um legume bem apetitosa e não tiveram dúvida: vamos lá para o fogão preparar um prato delicioso.

O ensopado foi servido aos homens, mas, logo que o provaram, gritaram: “Homem de Deus, há morte na panela!” E não puderam mais tomá-lo. 2 Reis 4:40.

A comida estava envenenada. A planta era tóxica e os alunos corriam perigo de morte. Então gritaram: há morte na panela! Mesmo na culinária moderna há pratos que parecem bons, mas são prejudicial à saúde. Os embutidos, por exemplo, são perigosos. Se soubéssemos como são feitos e quais são os seus ingredientes, quem comeria...

Então, Eliseu pediu um pouco de farinha, colocou no caldeirão e disse: “Sirvam a todos”. E já não havia mais perigo no caldeirão. 2 Reis 4:41.

Aqui vemos o profeta Eliseu introduzindo um ingrediente que vem neutralizar todo o efeito do veneno e tornar a comida saudável. Mas, afinal de contas, o que esse fato tem a ver conosco e o que pode nos ensinar? O que está por trás desta quase tragédia?

Cuidado com os restaurantes, e, principalmente, os espirituais. Há muita gente que vem das escolas de profetas sem saber o que estão servindo para a turma dos carentes. Sem conhecer nada do Pão nosso de cada dia, eles servem, como iguarias de primeira, os ensopados de cabaça para gente sem noção.

Aquela trepadeira era uma colocíntida, espécie de cabaça tóxica, preparada por uma cabeça vazia que não sabe discernir entre verdade Divina e veneno humano.

Há muito mais gente sendo envenenada por açúcar branco do que por carne do tipo vermelha. O açúcar é saborosíssimo, mas é droga com dependência. A carne bovina vem sendo perseguida por ser o boi animal sagrado, na Índia; essa é a mentalidade da religião humanista, tomando conta da elite do mundo atual. O boi é uma divindade que pasta.

Entretanto, o pior alimento ainda é o de cunho espiritual. Quantos "cozinheiros" nos púlpitos que servem humanismo contaminado, afirmando que é puro cristianismo? É aqui que reside o maior perigo. Há morte na panela! A mistura do evangelho com a religião.

Já ouviram falar desses chefes da "culinária" espiritual, Pelágio e Agostinho; Armínio e Calvino? Pois é, Pelágio e Armínio tratam do labor e da cruel obra humana para garantir a salvação. Os outros dois enfocam a graça de Deus como sendo eficaz, eficiente e, além de tudo, suficiente do começo ao fim, no processo da salvação do pecador.

O debate entre Agostinho e Pelágio começou por essa oração de Santo Agostinho: "concede-me o que me ordenas e ordena o que quiseres". Aqui vemos a graça plena em plena ação. Pelágio, porém, acreditava que o homem era livre e capaz de cumprir a lei.

Anos depois, na época da Reforma Protestante, Calvino e Armínio trouxeram esse debate ao fórum teológico. A questão essencial é: graça plena, onde Deus faz tudo, ou a tal graça subvencionada pelo esforço humano? Tentando resolver esse tema de um modo que fosse politicamente correto, surgiu, no seio da igreja, um conceito denominado de semi-pelagiano, que foi lançado na panela, intoxicando o pensamento cristão.

Essa tentativa mesclada ensina que o ser humano é salvo exclusivamente por Deus, mediante a sua graça, todavia, essa salvação partiria somente da boa iniciativa da livre vontade no coração do homem, para com Deus. A salvação, neste caso, depende de uma ação humana e nunca da soberania de Deus. É como se o feto pudesse escolher os pais.

Retirar o homem caído da arena só se for pela graça plena. O pragmatismo e o mérito nunca abrem mão de sua participação efetiva na bênção Divina. Por isso, essa mente de executivo em busca de sua conquista, nega a graça. Ora, se é pela graça, já não é mais pelas obras; se fosse, a graça já não seria graça. Romanos 11:6.

A pregação ensopada de suor, refletindo esforço humano, jamais pode trazer-nos alívio ou promover a dependência total da suficiência do Cordeiro. Li num menu de um religioso: "como devemos viver a fim de agradar a Deus? A melhor advertência, que resume a boa resposta, é: "esforce-se!" Com que força, cara? A do ego ou a de Cristo?

Nós somos agradáveis a Deus pelo que fazemos ou fomos feitos agradáveis ao Pai, no Amado, e assim fazemos o que fazemos movidos pela vida de Cristo? Será que nós podemos fazer alguma coisa que nos torne agradáveis a Deus por nós mesmos ou é a Trindade quem promove em nós tanto o querer como o executar? Esse é o quesito fundamental da vida cristã, quando cremos que o que fazemos é um produto da graça.

Os cristãos precisam reconhecer que o humanismo não é um aliado na busca de um mundo melhor para se viver. É, sim, um inimigo mortal; é a religião sem o Deus de toda graça e com um semideus falido e abusado, que supõe poder controlar todo o universo e as pessoas como a sua ditadura do mérito e da troca de favores.

Há morte na panela quando misturamos o suor do ser humano com o sangue puro do Cordeiro. Não é o nosso esforço que nos torna agradáveis a Deus, mas o sacrifício de Cristo Jesus na cruz. Não é a nossa obediência a Deus que promove o Seu favor para conosco, ao contrário, é Sua graça plena que garante a nossa obediência voluntária. É bem aqui que precisamos prestar muita atenção, para não sermos enganados.

Você quer dizer que eu não tenho que fazer nada? Sim! É exatamente isso. No evangelho, nós cremos que o nosso eu foi crucificado com Cristo e que a vida que nós vivemos, na carne, vivemos pela fé do Filho de Deus, pois, é Ele quem vive em nós. É simples assim. Agora, se nós não entendermos isto, não entendemos nada.

Todavia, precisamos entender ainda que os filhos de Deus são operosos. Só que a operosidade deles é promovida pela graça plena. O apóstolo Paulo diz: Mas, a mim, foi concedida a plena graça bondosa de Deus. E a ela devo tudo o que sou. Não posso permitir que sua graça seja desperdiçada. Não trabalhei muito mais que qualquer um dos outros? Embora os resultados não tenham dependido de mim, mas sim de Deus que me deu sua graça abundante. 1 Coríntios 15:10.

No evangelho o esforço não produz fadiga, ainda que venhamos a nos cansar, fisicamente. Não tem peso na caminhada, ainda que tenhamos lutas na batalha. Não há troca de favores, nem os galardões devem ser vistos como uma conquista pessoal, mas como um desfrutar da dependência do Altíssimo.

A ignorância do aprendiz de profeta colocou cabaça tóxica na panela, supondo que era algo comestível. A nossa ignorância da suficiência de Cristo pode lançar sobre a cabeça dos ingênuos o veneno do humanismo, acreditando que estamos pregando a Cristo. Nada pode ser mais nocivo para a saúde espiritual, do que o esforço próprio no sentido de conquistar aquilo que nos foi concedido graciosamente pelo Senhor.

A fé cristã tem lutas, mas não peso. Ninguém precisa ser o que não é, uma vez que somos o que somos pela graça plena, através da vida de Cristo, em nós. Cuidado com o veneno da cabeça humanista, ele pode matar: "A vida em torno do falso eu, gera o desejo compulsivo de apresentar ao público uma imagem perfeita, de modo que todos nos admirem e ninguém nos conheça", escreveu Brennan Manning.

Antes de terminar, Eliseu pediu um pouco de farinha e colocou na panela. O Trigo moído é uma figura do sacrifício de Cristo. Só essa farinha pode neutralizar o veneno. Só Cristo pode nos tornar íntegros e desintoxicados. Gosto do que disse A. W. Pink “Não há maneira pela qual, por nós mesmos, possamos gerar santificação. A nossa santificação é Cristo. Não há maneira pela qual possamos ser bons. A nossa bondade é Cristo. Não há maneira pela qual possamos ser santos. A nossa santidade é Cristo”

Oremos agora como Martinho Lutero orou outrora: "Senhor Jesus, tu és a minha justiça e eu sou o teu pecado. Tomaste sobre ti o que era de fato meu, e ainda colocaste sobre mim o que era teu. Tu te tornaste o que não eras, para que eu me tornasse o que não sou". Essa pode ser a nossa rendição final diante do fascínio de querer ser alguém fora de Cristo. Aleluia! Amém.



6 de out. de 2016

A Sunamita e seu filho, os Sonhos de Deus não morrem

o monte carmelo e o vale de jezreel vistos de suném
A Planície de Jezreel com o Monte Carmelo ao Fundo, Vistos de Suném.
Uma das histórias mais comoventes da bíblia é esta sobre a Sunamita. Uma mulher de nome desconhecido, mas que o seu testemunho de vida atravessou milênios, em um verdadeiro exemplo de féEla lutou pelo seu sonho, não deixou morrer a esperança, passou momentos difíceis, mas confiou em Deus e não se decepcionou.
A história da Sunamita ocorreu aproximadamente entre 874 - 782 antes de Cristo, época em que apareceu no reino do norte de Israel o profeta Eliseu, que foi discípulo de EliasO nome pelo qual ficou conhecida vinha da cidade de Suném, que traduzido significa [declive], pois Suném estava localizada em uma elevação de terras a cinco quilômetros ao norte do vale de Jezreel.
Rodeada por cactos e pomares, logo a sua frente estava o monte Carmelo, onde Elias lutou com os quatrocentos profetas de baal. Bem próximo ao sul, podia se ver o caminho inclinado que levava ao monte Gilboa. De Suném se contemplava toda a planície de Jezreel, uma rica área agrícola. Muitos fazendeiros moravam no vale de Jezreel. O solo fértil favorecia o crescimento dos grãos, proporcionando grandes colheitas, o que acentuava o contraste entre a fertilidade do local, com a infertilidade que sofria a Sunamita.
Este vale havia sido palco da batalha entre os filisteus e os exércitos do rei Saul. E o profeta Eliseu  exercendo seu ministério, saía frequentemente de sua casa em Samaria e percorria certa de 56 quilômetros para chegar ao monte Carmelo, local de seu retiro espiritual, onde se dedicava a oração, buscando a orientação de Deus.
Era uma viagem longa e cansativa, consumia muito as energias de Eliseu e seu moço, Geazi. Eliseu e Geazi, entretanto, para chegarem ao Carmelo (525m de altura), sempre passavam por Suném. E a Sunamita certamente observava ainda de longe, o profeta e seu discípulo, que estavam constantemente em peregrinação por aquelas terras, para buscar a Deus.
O interessante é que a Sunamita enxergou algo que toda uma cidade deveria ter visto, mas não viu. Suném era uma cidade próspera em que seus habitantes poderiam ter facilmente oferecido alimento e abrigo para um homem que estava a serviço de Deus em benefício de toda uma nação.
"Sucedeu também um dia que, indo Eliseu a Suném, havia ali uma mulher importante, a qual o reteve para comer pão; e sucedeu que todas as vezes que passava por ali entrava para comer pão." 2 Reis 4:8
"E ela disse a seu marido: Eis que tenho observado que este que sempre passa por nós é um santo homem de Deus." 2 Reis 4:9

E a Sunamita tem esse discernimento espiritual. A sua atitude de ajudar o profeta Eliseu e Geazi refletia o zelo e o amor a Deus, que ela possuía em seu coração. Ela era uma mulher bondosa e hospitaleira. E as escrituras mostram que no passado, pela hospitalidade, os servos do Senhor haviam hospedado anjos, sem saber.
E ela pensava que ter o homem de Deus em sua casa representava uma oportunidade de um maior contato com o espiritual. Pra ela, fazer o bem ao homem de Deus era como se estivesse honrando ao próprio Deus.
Então, a Sunamita em uma atitude de amor para com Deus e o seu profeta Eliseu, pede a seu marido que construísse um quarto na parte superior da sua casa, onde poderia abrigar Eliseu. O acesso ao piso superior da casa era feito por uma escada pelo lado de fora do imóvel.
E o cômodo de cima era muito mais fresco e ventilado, e oferecia um melhor isolamento do barulho e sons que vinham da rua. Eliseu não seria incomodado e teria mais privacidade para buscar a Deus em suas orações.
"Façamos-lhe, pois, um pequeno quarto junto ao muro, e ali lhe ponhamos uma cama, uma mesa, uma cadeira e um candeeiro; e há de ser que, vindo ele a nós, para ali se recolherá." 2 Reis 4:10
Ela pôs os seus bens à serviço do Senhor, pois para a Sunamita as coisas espirituais eram de grande valor, importavam mais do que as materiais. E Eliseu vendo a sua dedicação, lhe faz uma última prova de fé. Oferece recompensas materiais ou honras sociais. Parece aqui muito com a mesma prova que Jesus direcionou ao cego Bartimeu em Jericó.
"Então Jesus, parando, mandou que lho trouxessem; e, chegando ele, perguntou-lhe, Dizendo: Que queres que te faça? E ele disse: Senhor, que eu veja." Lucas 18:40-41

Mas a resposta da Sunamita revela muito do que estava em seu coração. Ela valorizava a vida, o amor, a família. Não estava preocupada em adquirir mais bens materiais, posição social ou títulos honoríficos. Ela reconhecia o valor imensurável da reunião familiar, o capital imponderável da felicidade de estar entre amigos.
"Haverá alguma coisa de que se fale por ti ao rei, ou ao capitão do exército? E disse ela: Eu habito no meio do meu povo." 2 Reis 4:13
a sunamita hospeda o profeta eliseu e seu moço geaziA Hospitalidade da Sunamita, Abrigando Eliseu e Geazi.
Eliseu ouve o sábio conselho de Geazi que lhe informou que a Sunamita não tinha filhos, um antigo sonho dela, que desejou tanto, imaginou as roupinhas do bebê, podia até ver uma linda criança correndo pelos corredores da casa. Mas era apenas um sonho, esquecido, relegado ao passado.
Mas Deus contemplava a sua generosidade e a sua hospitalidade, a dedicação em servir ao Senhor através da ajuda que oferecia ao seu servo Eliseu. E esta atitude de amor para com o homem de Deus, gerou uma promessa, que ela mal podia acreditar; a Sunamita nunca esperou tamanha benção.
E dentro de um ano a promessa de Deus se cumpriu, porque amor gera vida, paz e alegria. Ela concebeu e deu à luz um lindo e abençoado menino, filho da promessa, tal qual foi Isaque para Abraão e Sara. Agora aquele lar frio se enchia do calor do sorriso de uma criança. Uma família completa e feliz. Em Israel, um filho era considerado a maior benção e alegria que um pai e uma mãe poderiam alcançar. A mulher que não tinha filhos ficava profundamente envergonhada na sociedade.
E a lei judaica dava ao marido direito de se divorciar, caso a sua esposa não pudesse lhe dar um descendente que levaria o seu nome adiante. Mas tudo isso agora estava superado pois, Deus havia lhe dado o presente perfeito, o presente que ela realmente precisava.
Este foi o sonho que a Sunamita escolheu para sonhar, um lar simples, mas feliz, uma família debaixo das bençãos de Deus. E o menino crescia nos caminhos do Senhor. Toda vez que ela olhava para seu filho, se lembrava da promessa de Deus se cumprindo na sua vida. Era lindo!
"E concebeu a mulher, e deu à luz um filho, no tempo determinado, no ano seguinte, segundo Eliseu lhe dissera." 2 Reis 4:17
E o seu filho era uma benção. Ensinado na Lei do Senhor, obediente, ajudava ao seu pai no trabalho. Certamente na ansiedade de querer retribuir todo o amor e o carinho recebido de seus pais, este menino trabalha duro se expondo muito ao sol, mas ele ainda não tinha um preparo físico adequado, não estava acostumado ao trabalho árduo.
O sol de verão é muito forte naquela região, faz muito calor. Muitos estudiosos acreditam que o filho da Sunamita tenha sofrido de insolação, que dependendo da intensidade da exposição ao calor, pode levar à morte, principalmente em jovens e idosos.
"E, crescendo o filho, sucedeu que um dia saiu para ter com seu pai, que estava com os segadores, E disse a seu pai: Ai, a minha cabeça! Ai, a minha cabeça! Então disse a um moço: Leva-o à sua mãe." 2 Reis 4:18-19
E o menino é levado à sua mãe. Depois de algum tempo ele vem a falecer. Momentos terríveis passou aquela mulher, era o vale da sombra da morte. Ver seu único filho, quem ela amamentou com tanto zelo, muitas vezes acordando no meio da noite. Ela deu amor, deu carinho, ensinou as primeiras palavras, os primeiros passos.
E ele estava ali, nos seus joelhos, ela podia sentir a sua vidinha pouco a pouco se esvaindo, sem poder fazer nada. Eu particularmente não posso nem imaginar a dor que seja passar por uma situação como essa. E a Sunamita olha para o seu filho, o seu sonho de ter uma família, agora frio, gelado, morto em seu colo...
Mas se estava passando pelo vale da sombra da morte, ela não temeu. Ela não aceitou a morte do seu sonho! Tomando-o em seus braços, o põe carinhosamente na cama do profeta Eliseu, e parte para um duro embate, um caminho longo, uma jornada de 24 quilômetros na estrada que subia até o monte Carmelo, para recuperar a vida de seu filho, fruto da promessa de Deus.
Ao longe ela responde ao profeta com palavras que demonstravam a sua certeza, a fé de que a vida do seu filho seria restaurada. A frase "vai tudo bem", faz me lembrar da resposta de Abraão ao seu filho Isaque, quando este iria oferecê-lo em sacrifício a Deus.
"E disse Abraão: Deus proverá para si o cordeiro para o holocausto, meu filho. Assim caminharam ambos juntos." Gênesis 22:8
Ao chegar diante de Eliseu, ela se prostra com o coração quebrantado. E Eliseu sendo um homem poderoso em palavras e obras, nos deixa também uma lição de humildade aqui. Ao invés de tentar "dar uma de adivinho", ele reconhece que Deus não havia lhe revelado o que estava acontecendo naquele momento.
"Chegando ela, pois, ao homem de Deus, ao monte, pegou nos seus pés; mas chegou Geazi para retirá-la; disse porém o homem de Deus: Deixa-a, porque a sua alma está triste de amargura, e o SENHOR me encobriu, e não me manifestou." 2 Reis 4:27
Eliseu então manda o seu discípulo Geazi por o seu bordão sobre o rosto do menino morto. Mas há tarefas que não são para Geazi realizar. Certas coisas exigem a presença do homem de Deus. A Sunamita sabia disso, e luta por seu filho, insistindo com o profeta que não o deixaria enquanto ele não fosse com ela.
Eliseu vendo a disposição e a fé dela, levanta-se e a acompanha. Geazi que foi na frente deles, volta com notícias não muito boas, o bordão não funcionou. Algo parecido havia acontecido também com Jairo, quando buscava pela ajuda de Jesus e os seus familiares chegaram dizendo que sua filha já estava morta, ao que o Mestre lhe deu a boa instrução: Crê somente.
O bordão de Eliseu não funcionou porque para se ressuscitar sonhos é preciso intercessão, súplicas e "calor humano". Eliseu teve que orar de portas fechadas, pois "ora a teu Pai que está em secreto; e teu Pai, que vê em secreto, te recompensará publicamente." Mateus 6:6.
É preciso insistência, "Pedi, e dar-se-vos-á; buscai, e encontrareis; batei, e abrir-se-vos-á." Mateus 7:7. Eliseu após a oração, transmite "calor" ao jovem através do contato direto com o morto. Uma simbologia de que não podemos nos isolar daqueles que estão "mortos espiritualmente", necessitando da nossa ajuda.
Tal como Jesus, Eliseu não temeu a impureza cerimonial da Lei, mas voltou a deitar-se sobre o menino, aquecendo-o novamente e transmitindo-lhe vida. Muitas vezes é preciso agir de igual forma, abraçando com muito amor os pecadores, a quem desejamos ver "ressuscitados".
"E subiu à cama e deitou-se sobre o menino, e, pondo a sua boca sobre a boca dele, e os seus olhos sobre os olhos dele, e as suas mãos sobre as mãos dele, se estendeu sobre ele; e a carne do menino aqueceu." 2 Reis 4:34
A fé da Sunamita foi honrada, o sonho de Deus não morre, temos que ter fé. Ela humildemente agradece e entra para a história de Israel como uma mulher sábia e de fé.
Eu sei que há muita gente com os sonhos morrendo, gente que perdeu tanta coisa na vida, e chega até aqui sem nem saber como. Talvez o seu sonho esteja esquecido, no passado, você já nem se lembra mais o que é poder sonhar.
Quem sabe o seu sonho é ver aquela pessoa amada ou um familiar transformado, "ressuscitado" espiritualmente, liberto das drogas, dos vícios e do pecado. Mas você precisa tomar uma decisão hoje. Veja, a Sunamita decidiu firmemente que ela não aceitaria a morte da promessa de Deus na sua vida, e partiu num longo caminho até o profeta.
O caminho da restauração é longo e difícil. O Primeiro passo da Sunamita foi a transformação dela mesma. Resolveu confiar em Deus e se dedicar ao amor quando ainda nem tinha a perspectiva de ter um filho.
Jesus sempre alertou aos seus discípulos que a maior arma que vence o mundo é o amor. Resolva amar. Renuncie à violência, renuncie às discussões, renuncie aos desentendimentos. E tenha atitudes de amor, perdoe, abrace, transmita calor humano e vida.
E ore. Confie no Senhor, Ele renovará as suas forças.
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